domingo, 26 de julho de 2009

O clube do Imperador

O filme apresenta a história de um professor que valoriza e muito a profissão bem como os valores morais que norteiam as suas atitudes.
Os alunos oriundos de uma sociedade burguesa estudavam numa instituição bem preparada para recebê-los.
O professor lecionava história tinha como exemplos de moral os grandes filósofos e articuladores do poder. Através desses dava verdadeiros exemplos de caráter aos seus alunos.
Nessa escola havia um concurso denominado o “Senhor Julio César”. Era um concurso realizado anualmente onde o aluno teria que passar pela prova escrita e os três alunos mais bem colocados na prova escrita passariam para a prova oral. Quem obtivesse o melhor resultado na prova oral seria o senhor Julio César.
O professor de história era o mestre de cerimônias do evento, no decorrer da rodada de questões o professor percebe que um dos alunos, ou seja, o aluno em quem havia confiado e até mesmo forjado um resultado, pois o fizera ficar entre os três colocados, o havia decepcionado e estava colando.O professor então ao dar-se conta dessa falta de caráter do seu aluno faz uma pergunta a ele que não teria como saber a resposta, pois não costumava estudar permitindo assim, que o outro aluno ganhasse o título.O aluno em questão engana sem pesar as conseqüências do seu ato, pois ao que parece, a verdade não faz parte de seus valores morais.
O professor se vê diante de um impasse ao tornar a mentira do aluno pública colocariam em risco os valores da instituição onde lecionava ao mesmo tempo em que, manter em segredo aquela mentira iria contra todos os princípios nos quais acreditava. Sua escolha foi usar de artifícios não escondendo do aluno que sabia, mas também não tornou publico o ocorrido.
Nos, enquanto professores, fazemos escolhas sempre que surge algum impasse na busca incansável de um aprendizado que prima pela moral. É preciso ter bom senso e uma visão profunda da realidade que se apresenta.

Procurando Raízes...

“É preciso fazer com que nossas crianças possam buscar a riqueza dos ancestrais, dos avós, bisavós. É preciso abrir espaço na escola para que o velho avô venha contar histórias que ele ouvia na sua época de criança e ensine e cante as cantigas de rodas. Tudo isso não como saudade de um tempo que já se foi, mas para dar sentido ao presente; para trazer a emoção de terem vivido um tempo que muito pode ensinar aos jovens modernos. Tenho certeza que isso dará um ânimo novo nos educandos e renovará o sentido de família, de pertencimento a um grupo, a um povo, a uma nação. É isso que eu sentia quando ouvia as histórias de meu avô e me fez superar minhas crises de identidade e compreender as coisas que são importantes para o meu povo. Talvez isso crie uma nova identidade para o povo brasileiro.” ( Daniel Mundurucu).

O argumento utilizado pelo autor deixa bastante claro que a busca das raízes nos faz mais responsáveis pela nossa própria existência, por que ao descobrirmos nossa ancestralidade assumimos um compromisso não somente conosco, mas a nível social e cultural.
Conhecendo-nos, somos capazes de conhecer o outro e através do outro estabelecer o vínculo social, que é a base das relações.
Conhecer as suas raízes não significa somente apossar-se de sua história, mas sim da história no geral. Dentro das salas de aula não pesquisamos, não obtemos informação com o próprio aluno sobre sua cultura, seus antepassados, não o inserimos na história.
Ao estudarmos a história do Rio Grande do Sul temos conhecimento apenas das raças que compõem o povo rio-grandense e é necessário saber mais.
É necessário saber sobre o negro sua cultura, crenças e contribuição sobre nossas raízes. É preciso buscar informações sobre os índios e toda a sua riqueza cultural, como viviam no que acreditavam e no que acreditam nos dias de hoje.
Precisamos com urgência mudar nossos conceitos, tão alienados, sobre a cultura e tradição dos povos que estão presentes dentro de nossas salas de aula, precisamos nos ver e ver nosso aluno como parte integrante da formação do nosso povo e mais urgente ainda é não deixar a tradição existente dentro de cada família dissipar-se dentro da sala de aula.
Somente conhecendo a história de cada um de nossos alunos seremos capazes de ensinar a história de cada um dos povos que nos formam. E assim o vínculo social será traçado e o senso de alteridade será reconhecido e exercitado.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Refletindo sobre Kant e Adorno

Kant afirma que o homem é o único animal que precisa ser educado, e o conceito de educação em Kant representa o cuidado, a disciplina e a instrução.

O cuidado são as preocupações que os responsáveis devem ter para que as crianças não usem a sua força de maneira nociva.

A disciplina transforma a animalidade em humanidade, dá ao homem a capacidade da razão e, é esta, que o diferenciará dos outros animais. A disciplina impedirá o homem de desviar-se da sua humanidade e o fará seguir leis, não mais leis naturais e instintivas, mas leis racionais que o farão respeitar o próximo e a viver em sociedade. Mas isso deverá ser feito muito cedo, e aí entra a escola, pois se a disciplina for dada ao homem muito tarde ele já terá sido inclinado à liberdade dos instintos e seguirá uma vida de selvageria.

Para Kant uma geração educa a outra. Pais bem orientados com certeza educarão melhor seus filhos.

Será?

Não é isto que estamos vendo hoje. Não estamos vendo os homens, em sua maioria, voltados para o bem. Estamos vendo uma geração após outra perdida, sem norte para educar a próxima geração.

Diz Kant:

“A educação, portanto, é o maior e mais árduo problema que pode ser proposto aos homens. De fato, os conhecimentos dependem da educação e esta, por sua vez, depende daqueles. Por isso a educação não poderia dar um passo à frente a não ser pouco a pouco, e somente pode surgir um conceito da arte de educar na medida em que cada geração transmite suas experiências e seus conhecimentos à geração seguinte, a qual lhes acrescenta algo de seu e os transmite à geração que lhe segue.”

O que estamos transmitindo à nossa geração?

O que estamos ensinando?

Será que estamos somente ensinando a Liberdade (e de forma muito errada)?

Os pais muito cedo permitem aos seus filhos escolherem. Passam para a criança desde a mais tenra idade a escolha das mais variadas coisas: o que vestir, o que comer, o que quer de presente seja de aniversário, Natal...

Penso que erramos aqui! A dar liberdade de escolhas a quem não tem ainda a capacidade de decidir. Uma criança deve vestir o que seu responsável acha certo, deve comer o que a família tem para oferecer em sua mesa!

E este direito à liberdade de escolha os pais querem que os filhos a use também na escola: escolhendo quem será o professor, escolhendo onde quer sentar na sala de aula...

Estamos dando uma responsabilidade muito grande a quem não tem capacidade de gerir e isto com certeza traz resultados não benéficos para a sociedade como um todo.

Os problemas surgem, pois os pais temem em assumir a educação de seus filhos e perdem a autoridade. E essa perda de autoridade dos pais em favor da autonomia da autoridade a quem não é capaz de gerenciá-la, é em Adorno uma das condições favoráveis para a perda do vínculo social. O vinculo social é o que mantém as relações entre os indivíduos.

Os meios de comunicação em massa fazem efeito sobre uma personalidade que alcançou a liberdade cultural. O fato é que o sistema escolar não basta para modificar esta realidade. A tecnologia vem através de seus atrativos transformar o homem em alguém incapaz de amar, pois o indivíduo ao ver essa tecnologia como algo essencial, coloca-a como fundamental em sua vida.

A televisão como meio de comunicação repassa através de suas programações a violência que as crianças desde muito cedo visualizam e absorvem. E esse processo de absorção é negativo para a construção de sua personalidade. Para que essa realidade não torne a geração vindoura em pessoas frias, como hoje vemos essa geração de adolescentes extremamente consumista e agressiva, é preciso colocar, na criança hoje, valores que a possibilitem a amar, libertando-as de valores mecânicos e frios que poderão com o passar do tempo, se não estivermos atentos, a fazer germinar uma nova Auschwitz.

Flores e Flowers

Sobre Mim

Sou alguém em busca de conhecimento e aperfeiçoamento, tanto na área profissional quanto pessoal.

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